Secretaria de Saúde e Assistência Social
Bugios mortos com a doença estão sendo encontrados em municípios da região
A Vigilância Ambiental em Saúde de Nova Petrópolis reforça os alertas para o risco de febre amarela após o registro de mais de 50 bugios mortos e infectados com a doença na região da Serra Gaúcha neste ano. O animal não transmite a doença a humanos, mas atua como sentinela, ajudando a detectar a circulação do vírus causador da doença.
No dia 28 de abril, a situação levou a Secretaria Estadual de Saúde a publicar a portaria 341/2021, que declara Emergência em Saúde Pública de Importância Estadual (ESPIE) no Rio Grande do Sul em decorrência da confirmação da circulação do vírus da febre amarela. Conforme o documento, mais de 20 municípios da Serra fazem parte da “área afetada”, onde foi constatada a circulação viral em PNH (primatas não humanos), especialmente em bugios.
Nova Petrópolis não faz parte da “área afetada”, mas integra a “área ampliada”, que inclui os municípios limítrofes. Por enquanto, a Vigilância Ambiental em Saúde do Município coletou amostras de material biológico em um bugio encontrado morto no dia 1º de maio, em uma trilha em mata na localidade de Linha Temerária. Os resultados das análises de laboratório ainda estão sendo aguardados.
FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, que pode ser silvestre ou urbana. Os casos que ocorrem no Brasil são silvestres, quando o vírus é transmitido por mosquitos que vivem em áreas de mata. No Rio Grande do Sul, o vírus é transmitido pela picada do Haemagogus leucocelaenus, espécie nativa de mosquito com ampla distribuição no meio silvestre e, por isso, não passível de controle. A morte de PNH (primatas não humanos) serve como alerta para a chegada do vírus em determinada região.
No Rio Grande do Sul existem três espécies de primatas não humanos (PNH): o macaco-prego e os bugios preto e ruivo. “Estes animais não transmitem a febre amarela, mas são sentinelas da circulação do vírus amarílico e são afetados como nós pelo vírus. O adoecimento ou morte em uma população animal de PNH pode preceder a ocorrência da doença em humanos”, afirma o coordenador da Vigilância Sanitária e Ambiental em Saúde de Nova Petrópolis, Rafael Aguiar Altreiter.
Quem localizar bugios mortos ou com sinais de adoecimento deve entrar em contato com a Vigilância Ambiental. O contato pode ser feito pelo número 3298-2664 ou pelo e-mail fiscalizacao@novapetropolis.rs.gov.br.
VACINAÇÃO
A febre amarela apresenta letalidade superior a 30%. A única forma de evitar a doença é a vacinação, que é gratuita e está disponível nas unidades básicas de saúde em qualquer época do ano.
A imunização é oferecida para crianças a partir de nove meses. Se for feita antes dos quatro anos de idade, há necessidade de reforço. Para quem recebeu a vacina após os quatro anos, pode haver a necessidade de reforço, conforme orientação médica, a partir dos 59 anos.
Desde 2018, o Rio Grande do Sul é considerado área com recomendação para a vacina. Estão em maior risco pessoas não vacinadas que circulam por áreas de mata, como trabalhadores rurais e praticantes de trilha.
Crédito da foto: Divulgação/Comunicação PMNP